Diocese de Cametá

   Na tarde de ontem  01/05 (domingo) Dom José Altevir da Silva, CSSp tomou posse na Prelazia Tefé. A missa foi presidida do Leonardo Steiner (Arcebispo de Manaus). Na ocasião 8 padres e 2 leigas representaram  a Diocese de Cametá. Pe. Raimundo Nonato Martins proferiu:

   Mensagem de Gratidão a Dom José Altevir da Silva, CSSp.

  Das entranhas da Igreja de Cristo presente na “Querida Amazônia” um pastor com alma e coração missionário. Era 27 de setembro de 2017, memória litúrgica de São Vicente de Paulo quando o segredo pontifício foi revelado e o anúncio do novo bispo de Cametá se fazia ecoar em todas as redes sociais. Na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, durante a Santa Missa, o então administrador diocesano Pe. João Thimóteo de Oliveira comunicava a nomeação feita pelo Papa Francisco de Dom José Altevir da Silva, CSSp, como o 2º bispo diocesano de Cametá. Em 16 de dezembro do mesmo ano, aconteceu na cidade de Cametá sua ordenação episcopal, com grande participação do povo de Deus, de bispos, padres, diáconos, religiosos (as), seminaristas e autoridades civis. Foi uma festa bonita! O seu lema episcopal foi cantado pelo coral diocesano e pelo povo. Neste dia, começava um caminho, um novo tempo de horizontes promissores. Seu lema episcopal: “Escuta, aprende, anuncia com alegria, esperança e caridade” se fez programa de vida, de um apostolado que convocava a todos a assumir o vocabulário missionário de uma Igreja em saída. Dom Altevir, percorreu a casa da Igreja, as paróquias celebrando com o povo, junto aos padres, diáconos, religiosas (os), seminaristas, fiéis leigos e leigas e todo o povo que caminhou com ele, durante os 04 anos e 04 meses em que esteve à frente de nossa diocese. A mensagem que levou foi esta: sejam missionários, nossa vida é missão. O missionário é a mensagem! Deixa-nos um belo testamento missionário.

   No último dia 09 de março de 2022 com o anúncio de sua transferência para a Prelazia de Tefé no Amazonas, a todos surpreendeu. Sabemos, somos missionários, não temos morada permanente, nosso endereço será sempre a missão. De malas sempre prontas, a qualquer momento somos convocados a partir para a outra margem. Das margens do Rio Tocantins, o qual defendeu com esmerado empenho, parte para as margens do grande lago de Tefé. Assim como em Cametá, aqui certamente tem um povo bom, aguerrido, acolhedor e feliz!

   Dom Altevir, esta é a hora da grande missão. Um pastor Amazonida para a Amazônia com o coração missionário! Nossa Diocese, aqui representada, por uma leiga e oito padres manifesta o carinho e a gratidão a vossa excelência reverendíssima. E como forma de externar a gratidão de toda a família diocesana, oferecemos-lhe um singelo e significativo presente. Toda vez que o senhor presidi a Santíssima Eucaristia lembre-se de nós, reze por esta Igreja que foi a primogênita do seu episcopado.  

   Dom José Altevir, o senhor, quis imprimir a caridade missionária, colocar diante de todos os seus diocesanos esse carisma, sua simplicidade, disponibilidade, proximidade e fortaleza, nos apontou o caminho que conduz a esperança definitiva. Esse caminho o próprio Cristo percorreu e nós como seus seguidores, somos conclamados a percorrer. Essa é a natureza da Igreja: ser missionária!

   Neste dia de acolhida, nesta Igreja Particular de Tefé, a nossa gratidão é, em primeiro lugar a Deus Nosso Senhor que nos fez suas criaturas, e no tempo da convocação nos chamou para que fossemos propagadores do seu Reino, na Igreja, sinodal, comunhão, participação e missão. Não somos proprietários da Igreja, aliás, nenhum ser humano o é, nem o bispo, muito menos o padre. A Igreja é comunidade convocada por Deus Pai, enviada por Deus Filho e que cumpre sua missão iluminada e protagonizada por Deus Espirito Santo. Portanto, é de Deus! Ele escolhe os pastores que ele quer e vai buscá-lo onde ele quer e capacita os escolhidos para guiar sua Igreja. Esse fundamento nos dá a Palavra de Deus ao ensinar-nos: cada um exerça seu trabalho, uns com maior, outros com menor responsabilidade. Todos devem se colocar a serviço!

   Depois de Deus a gratidão se estende ao senhor que ao longo desses 04 anos e 04 meses conduziu a Igreja Particular de Cametá, com sabedoria, simplicidade e humildade. Sabedoria própria dos escolhidos e capacitados por Deus, pois, o senhor não sofre do complexo de Adão, achando que a diocese começava com sua chegada, o senhor entrou na caminhada, não nos trouxe um plano pastoral pronto a ser executado. Ao contrário e, com espírito da sinodalidade deu eco ao seu lema episcopal, escutou os pobres, os agentes de pastorais, as lideranças e o povo. Fomos agraciados com um Pastor com o cheiro de ovelhas.

   Ainda com espírito de sinodalidade e missionariedade que marcaram seu episcopado em nossa Diocese, instigando-nos a ser da Igreja da proximidade. Dando importância aos fiéis leigos e leigas para serem sujeitos da sua história, de sua presença na Igreja e em todas as estruturas humanas como sal da terra e luz do mundo.

   Dom Altevir, a humildade é uma de suas características, no seu jeito de ser, na forma como conduziu a diocese, nas reuniões, assembleias pastorais, encontros com autoridades e, em tantos outros momentos. Sempre demonstrou modéstia e simplicidade.

   O pastor que traz em seu lema: a alegria, a esperança e a caridade não se furta da missão de cuidar da vida e da casa comum. O senhor entrou na luta para defender o velho Tocantins, os territórios, preocupado com a vida do povo.

   O caminho feito para a elaboração do novo Plano Diocesano de Pastoral sob sua orientação e presidência, o fez por acreditar que a missão da Igreja é evangelizar também, por meio do anúncio da esperança, que apontam novos horizontes.

   Dom José Altevir, agora nós o entregamos a Igreja de Tefé, o senhor está em casa, seu estado de origem, o Amazonas. Sua missão em Tefé foi preparada, nas terras e águas da diocese de Cametá. Aquele, cuja missão foi preparar o caminho do Salvador, São João Batista, feito oficialmente pelo seu decreto, patrono de nossa diocese o acompanhou com sua santa solicitude, convidando-o a crescer no esvaziamento de si, para visibilizar o rosto de Cristo, abriu caminhos para sua nova missão. Deus, portanto, já o antecipou com seu Espirito Santo em terras amazonenses.

   O diácono permanente Manuel Valente assim se expressou em seu poema de gratidão: “Te vi chegar Altevir e agora te vejo ir…Viestes conduzido pelas mãos amorosas da Rainha da Amazônia, varando por entre aturiás e mururés, navegando de bubuia nas águas dos rios, furos e igarapés. O Espírito Santo que te trouxe agora está te levando, porque ELE sopra onde quer. E a vontade do Paráclito é te levar para outro canto desta floresta de encantos. Deus quer te plantar entre as terras e águas de Tefé, para que possas criar raízes e brotar para uma nova e encantada missão. O povo de Tefé te espera com fé. Altevir, te vir chegar, cantar e encantar. O teu jeito manso e humilde de fazer missão, alcançou o meu coração. Obrigado Apóstolo Caá-Mutá…Ensinastes o povo a escutar, aprender e anunciar. Amo-te Amado Pastor…não sei se te darei um abraço antes de ires lançar redes em águas mais profundas…Só quero dizer que aprendi de ti, que és o missionário da alegria. Altevir, te vi chegar e agora te vejo ir”.

  Pois bem, pequeno grande pastor, siga sem reservas, o auxilia a Mãe de Deus, no seu Imaculado Coração que o coloca nos braços de Santa Tereza D’Ávila, patrona da sua nova catedral. Ela lhe dará o consolo! Dom José Altevir, “nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, Deus não muda. A paciência tudo alcança; quem a Deus tem, nada lhe falta: só Deus basta”. Muito obrigado, Dom Altevir, por sua presença breve, mas intensa e significativa que nos confirmou na fé, nos convidou a escutar, a aprender, a anunciar, com alegria, orientou-nos no caminho da caridade, e nos fez olhar com esperança, na direção do seguimento Jesus Cristo, como Igreja missionária, sinodal, pobre para os pobres e defensora da vida. Ad multos annos vivas!