Diocese de Cametá

SÍNODO ESCUTA DO POVO DE DEUS

A Equipe do Sínodo criada em nossa Diocese, quer através desta cartilha, motivar a todos e todas: forças vivas, Áreas Episcopais, Paróquias, Comunidades Cristãs, Pastorais, Movimentos, Grupos e Serviço, sobre a importância em darmos nossa contribuição ao “Sínodo”. Desejamos que o material possa ajudar na sua resposta às perguntas do Sínodo; neste importante momento de “Escuta” em nosso meio eclesial. Sua participação é importante! Esperamos a contribuição de nossa Diocese de Cametá.

Toda a Igreja está convocada pelo papa Francisco a percorrer o caminho rumo ao Sínodo (outubro 2023): “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Assim, ele convida a Igreja inteira a se interrogar sobre um tema decisivo para a sua vida e a sua missão: «O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio» (Sínodo 2023, Documento preparatório).

O que é o Sínodo?

A palavra sínodo tem sua origem no idioma grego – synodos – e quer dizer “caminhar juntos”. O Sínodo dos Bispos foi instituído pelo papa Paulo VI para toda a Igreja, por meio da carta apostólica em forma de Motu Próprio, isto é, de própria iniciativa, Apostolica Sollicitudo (Solicitude Apostólica), em 15/09/1965, antes do encerramento do Concílio Vaticano II. O Sínodo dos Bispos é convocado pelo papa, de três em três anos, composto por bispos nomeados, em sua maior parte, pelas Conferências

Episcopais. É o papa quem indica o tema a ser refletido e discernido em conjunto.

Em nossa Diocese, convocados pelo nosso Bispo, somos chamados a participar do processo sinodal, escutando-nos uns aos outros, aperfeiçoando o nosso jeito de “caminhar juntos”, para melhorar nossa missão nesta Igreja particular de Cametá.

O que é uma Igreja Sinodal?

Pelo batismo, com a força e a luz do Espírito Santo, cada um de nós acolhe a graça de Deus e assume o compromisso de seguir a Jesus Cristo. Como “pedras vivas” (1 Pd 2, 5), por essa razão primeira, cada pessoa batizada é chamada, pela fé e pela graça de Deus, a participar da edificação da Igreja de Jesus Cristo e a ajudar na realização de sua missão. O Concílio Vaticano II recuperou a compreensão da Igreja como Povo de Deus, quer dizer, composta por todos os batizados, homens e mulheres de boa vontade que se colocam a caminho no anúncio da pessoa de Jesus e de seu projeto. Agora, estamos sendo chamados, como Igreja Povo de Deus, a “caminhar juntos”, testemunhando a alegria da salvação, a experiência do amor de Deus que nos torna seus filhos e filhas. É o amor de Deus que nos desafia a “caminhar juntos” como irmãos e irmãs, seja na vida em sociedade seja em comunidades de fé e partilha de vida. Caminhar juntos é a essência da sinodalidade, quer dizer, ninguém pode ficar de fora, se excluir ou ser excluído, dessa caminhada de fé e compromisso com o Reino de Deus.

A Igreja de Jesus Cristo, ao longo de sua história, concretizou muitos passos e aprendizados. Foi notadamente, no Concílio Vaticano II (1962-1965), que ela percebeu com clareza que o melhor jeito de ser e de caminhar, para bem cumprir a sua missão, é o “jeito sinodal”. Não se trata de tarefa fácil, exige muita preparação e profunda conversão de todos ao projeto de Deus.

Sinodalidade é o esforço coletivo e a busca contínua de aprendermos a “caminhar juntos” como irmãos e irmãs que somos. É um jeito de ser Igreja pelo qual cada pessoa é importante, tem voz, é ouvida, capacitada e envolvida na realização da missão. Não se trata mais de estar uns sobre outros, mas de nos colocarmos entre iguais para juntos fazermos a experiência de fé, frente aos desafios internos e externos que se apresentam em nosso dia a dia. A isso chamamos, viver a experiência do batismo, em diálogo entre iguais, com todos/as e com o mundo.

Há muitas “experiências sinodais” na caminhada da Igreja que devem continuamente avançar. Por essa razão, de modo muito intenso, o papa Francisco nos convida, mais uma vez, a pensarmos juntos, por meio de nossa contribuição na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e no Sínodo sobre a sinodalidade na vida da Igreja, que se realizará em 2023. Para tanto, em um primeiro momento, somos convidados a nos expressar, a partir de nossa realidade para, em seguida, à luz dos elementos levantados, discernir e realizar, com cuidadosa sensibilidade, a escolha dos passos para caminharmos juntos e, assim, concretizarmos o desafio de ser uma Igreja local e universal cada vez mais sinodal.

Alguns eixos deste caminho Sinodal

Como sabemos, os eixos dão sustentação às rodas, às engrenagens… Em preparação ao Sínodo dos Bispos de 2023, são apontados alguns eixos que sustentam esse caminho sinodal a ser percorrido pela Igreja em todo o mundo e que somos chamados a abraçar, com carinho e muita disposição, em nossa Diocese. Que cada fiel, cada grupo, cada pastoral e movimento, cada entidade organizada, abrace esse caminho sinodal e participe ativamente deste processo de escuta. Pois, em virtude da unção do Espírito Santo recebida no Batismo, a totalidade dos fiéis, o povo fiel de Deus «não pode enganar-se na fé e isso diz respeito a todo o povo de Deus” (LG, n. 12).

1.Escutar o que o Espírito nos diz Somos chamados a caminhar juntos, buscar compreender o que o Espírito diz à Igreja, diante da realidade atual que vivemos. A tragédia da pandemia de Covid 19 escancarou as desigualdades sociais, revelou que estamos no mesmo barco e “que só é possível salvar-nos juntos” (FT 32). Estamos num mundo de grandes transformações e a Igreja vê-se desafiada na sua missão de acompanhar as pessoas e as comunidades, de ser sinal do Reino, diante de tantas realidades. Internamente, ela enfrenta a falta de fé, a corrupção e o clericalismo que abrem brechas para os vários tipos de abuso (de poder, econômico, de consciência, sexual). Em meio a tantos desafios, precisamos, com sinceridade, ouvir o que o Espírito nos diz e nos abrir à conversão. O Espírito é que nos guia para «toda a verdade» (Jo 16, 13).

  1. Favorecer a participação ativa de todos os membros do Povo de Deus. Esse caminho rumo ao Sínodo vai nos ajudar a reconhecer e apreciar a riqueza e a variedade dos dons e dos carismas que o Espírito concede a toda a família humana. Vai nos fazer experimentar formas, ainda mais participativas, de exercer a responsabilidade no anúncio do Evangelho para construir um mundo mais belo e mais habitável. Para isso, nossa Diocese quer contar com todas as forças vivas de nossas paróquias e

comunidades cristãs, quer envolver outras pessoas que nem sempre participam de nossas celebrações, quer alargar a nossa capacidade de escuta de tal forma que ninguém fique de fora.

  1. Examinar o funcionamento das nossas estruturas de decisão O Espírito Santo continua a agir na história, ele fala por meio dos clamores do povo. Esta caminhada sinodal não começa agora, há muito que as sementes de uma Igreja participativa, de diálogo, consultas ao povo, decisões compartilhadas, foram semeadas em nossa Diocese e já estão dando frutos. Este caminho sinodal nos permitirá avaliar como vivemos a responsabilidade, o exercício do poder, procurando superar preconceitos e práticas distorcidas. O processo sinodal, em nossa Diocese, quer nos ajudar a fortalecer e ampliar os processos de decisão para que sejam ainda mais participativos e inclusivos, para a construção do Povo de Deus.
  2. Regenerar as relações entre os membros das comunidades cristãs e os demais grupos sociais. Em meio às sementes boas aparece também o joio, que se mostra nas pressões sociais para eliminar a religião do espaço público ou mesmo no fundamentalismo religioso, que se julga defensor da fé, mas que se afasta

da prática de Jesus, do Evangelho, e assume atitudes de intolerância e violência. Este caminho sinodal quer nos ajudar a valorizar os frutos das recentes experiências sinodais nos planos universal, regional, nacional e local. É necessário que nos deixemos educar pelo Espírito para uma mentalidade verdadeiramente sinodal, entrando com coragem e liberdade de coração num processo de conversão, com mente aberta e espírito de colaboração da parte de todos os grupos, pastorais, movimentos e forças vivas de nossa Diocese.

  1. Credenciar a comunidade cristã como sujeito ativo no diálogo social, na inclusão e participação, para a reconstrução da democracia, promoção da fraternidade e da amizade social Uma Igreja sinodal é uma Igreja “em saída”, uma Igreja missionária, «com as portas abertas» (EG, n. 46). Isto inclui a relação com as outras Igrejas e abrange toda a humanidade, da qual compartilhamos «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias» (GS, n. 1). A Diocese está engajada num processo de escuta ampla e dinâmica, incluindo o maior número possível de comunidades, pastorais, movimentos, entidades e pessoas de boa vontade, segura de que praticar a sinodalidade é a melhor maneira de ser «sacramento universal da salvação» (LG, n. 48).

Em todo esse caminho feito pela Igreja em geral e, de modo particular, em nossa Igreja diocesana, uma coisa fica clara: nossos pastores e lideranças eclesiais, sem medo, à escuta do povo que lhe foi confiado. Na certeza de que “cada um tem algo a aprender. Povo fiel, colégio episcopal, bispo de Roma: cada um à escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o “Espírito da verdade” (Jo 14, 17), para conhecer aquilo que ele “diz às Igrejas” (Ap 2, 7)»1. Participe, envolva-se, e envolva os grupos, pastorais, movimentos, associações ou entidades de que você faz parte ou representa. É caminhando juntos que nos fazemos, verdadeiramente, Igreja de Jesus.

A luz do Espírito Santo; possamos dar nossa contribuição no processo Sinodal. São João Batista e a Rainha da Amazônia nos guie neste caminho.

Orientações para o caminho sinodal na nossa Diocese de Cametá Nossa Diocese se insere no processo do Sínodo sobre a Sinodalidade na Igreja, respondendo à convocação do papa Francisco à Igreja no mundo inteiro. Estamos nos inserindo na fase diocesana de preparação para o Sínodo, que se realizará em 2023.

CALENDÁRIO DA ATIVIDADE DE ESCUTA DAS FORÇAS VIVAS DA DIOCESE:

  • 05 a 20/03 – envio do material de escuta para as Áreas Episcopais realizarem nas

Paróquias as escutas;

  • 05/03 a 21/03 – devolução do material da escuta das forças vivas para a equipe diocesana de animação do Sínodo;
  • 22 a 24/03 – reunião presencial da equipe de animação do Sínodo para síntese do material de escuta;
  • 25/03 – envio da síntese da escuta para a CNBB NACIONAL.
  • 28/03 – Reunião dos Regionais.
Fonte: Arquidiocese de Belo Horizonte, Minas Gerais. Adaptação Irmão Edson

Souza,S.M.SST